O que é uma fossa séptica? Quais suas vantagens? Como é feita sua limpeza?

Provavelmente, você já ouviu falar em fossa séptica, principalmente, quando o assunto é zona rural. Mas, você sabe o que é uma fossa séptica, como é o seu funcionamento, quais são suas vantagens para seus usuários e meio ambiente e como fazê-la? Você também sabe qual a diferença entre fossa séptica, fossa séptica biodigestora e sumidouro? São estas dúvidas mais comuns que serão abordados neste artigo.

A fossa séptica, ou também conhecida como tanque séptico, são unidades de tratamento de esgotos (efluentes) primários domésticos e são os mais comuns no mundo todo. Quando abordamos a palavra “domésticos” ou “sanitários”, significam que estes resíduos líquidos são oriundos de banheiros, cozinhas e lavanderias, onde são eliminadas fezes, urinas, restos de comida e limpeza de produtos e pisos, tanto em imóveis residenciais, quanto industriais e comerciais.

As fossas sépticas são muito encontradas em zonas rurais, onde não há rede de coleta de esgoto da empresa ou autarquia de saneamento do município. Sua utilização é considerada como uma solução paliativa, ou seja, ideal até a disponibilidade de ligação com a rede de estação de tratamento local.

Como funciona uma fossa séptica?

Primeiramente, é necessário respeitar alguns aspectos técnicos para a construção da fossa séptica. A instalação da fossa séptica deve ser a pelo menos 30 metros de distância da residência, comércio ou indústria. Seu material pode ser de alvenaria, concreto, polietileno ou outro material que garanta a segurança e resistência. O tamanho ideal para a fossa séptica varia pela necessidade de uso e quantidade de pessoas, mas o mínimo é de 1.250 litros.

Os passos para o funcionamento da fossa séptica iniciam-se no primeiro tanque, onde o material é depositado e sofre a decomposição por bactérias anaeróbicas no processo de decantação. Este tanque contém uma válvula de escape, na qual os gases produzidos pela fermentação possam escapar para a atmosfera.

De acordo com o acúmulo do primeiro tanque, o líquido presente é canalizado para um segundo tanque e este líquido é direcionado a um filtro formado por cascalho e areia ou em meio filtrante, produzido por empresa específica. Após filtrado, o líquido cai em um terceiro tanque chamado sumidouro, onde é devolvido ao meio ambiente ou tratado com cloro, quando destinado para reutilização com água potável.

É necessário cuidado na implantação da fossa séptica, pois, qualquer vazamento pode contaminar o lençol freático e a água de poços artesianos próximos, causando problemas à saúde humana, animal e vegetal, além de desabamentos e acidentes.

Qual a diferença entre fossa séptica, fossa negra e fossa seca?

A fossa negra é a solução mais primitiva possível e ainda é encontrada em regiões muito pobres ao redor do planeta. No Brasil, este tipo de fossa é proibido justamente pelos riscos que podem causar à saúde e meio ambiente. Sua estrutura consiste em um buraco aberto ou não, para onde os dejetos são encaminhados. Por não ter uma construção mínima, os líquidos se misturam com o solo da região, causando contaminação e doenças causadas pela falta de saneamento básico, como a diarreia, disenteria, febre tifoide, cólera, hepatite A, verminoses e arboviroses.

Já a fossa seca é um projeto bem elaborado assim como a fossa séptica, com diferença de que a fossa seca é construída para receber materiais sólidos e pastosos, enquanto a fossa séptica recebe apenas materiais líquidos.

A estrutura da fossa seca é feita de uma espécie de banheiro dentro de uma casinha acima do buraco cavado com ou sem revestimento interno, com no pelo menos 1 metro de diâmetro, 2 menos de profundidade, a uma distância de no mínimo 10 metros da casa e 15 metros de qualquer poço artesiano ou fonte de água.

Qual a diferença entre fossa séptica e biodigestor?

Tanta a fossa séptica, quanto o biodigestor tem a mesma função: evitar despejo à céu aberto e a contaminação do solo e água por agentes infecciosos provenientes dos efluentes. No entanto, há uma dúvida no momento da escolha: “Qual vale mais a pena na minha necessidade?”

A distinção entre uma e outra, é que é necessário limpar a fossa séptica com auxílio de caminhões limpa-fossas, por empresas especializadas com emissão de certificado de destinação de resíduos (MTR) e cópia da licença ambiental. Já o biodigestor transforma o lodo em uma fina camada de pó inofensiva ao meio ambiente, sem mau cheiro e o descarte é realizado por qualquer pessoa, bastando apenas abrir o registro do equipamento. E o melhor: esta matéria final pode ser utilizada como adubo em plantações que não sejam para consumo.

O que colocar na fossa séptica para manter o sistema eficiente?

Após instalada, muitos usuários ficam confusos sobre como cuidar da fossa e fazer sua manutenção. O ideal é contratar um laboratório de análises ambientais certificado com a ABNT ISO/IEC 17.025 para coleta de amostras na entrada e saída do sistema e fazer conferência de sua eficiência.

Também, é necessária a adição de biodigestores através de um profissional ou empresas especializadas, que são matérias orgânicas compostas por bactérias inofensivas que decompõe os resíduos contidos na fossa séptica, sem a presença de oxigênio.

Quais os sinais que a fossa está cheia e como é feita a limpeza de fossa séptica?

Outro questionamento é se é necessário limpar a fossa séptica. A resposta é sim.

Depois que a fossa está cheia, visivelmente é perceptível, bastando apenas abrir a sua tampa. Outras maneiras de perceber quando é necessário limpar a fossa séptica é observando a fluidez da água nos ralos e vasos sanitários, mau cheiro, alagamentos e grama mais verde e alta ao redor da fossa.

O esgotamento da fossa séptica deve ser feito com base na ABNT NBR 7229:1993, a qual disponibiliza o cálculo (Fator K) e destinação corretos, conduzido por um profissional especializado.

Vale salientar que produtos como pasta de pinho, cloro, desinfetantes e detergentes usados em excesso, pode acarretar em baixa eficiência do sistema, pois, causam perda de bactérias presentes no filtro, uma vez que são microrganismos sensíveis a estes produtos utilizados na higienização de cozinhas, banheiros e vestiários.

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